Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Céu e da terra. Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Céu; está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja Universal; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo; na vida eterna. Amém.
Dando continuidade ao estudo do Credo Apostólico, neste boletim iremos falar um pouco sobre a paternidade de Deus, pois o Credo declara a crença de Deus como Pai. “Creio em Deus Pai”.
Quando se trata da paternidade de Deus temos que levar em consideração duas coisas. Primeiro é a que trata de Deus como Pai de Jesus. Na Teologia Sistemática encontramos que o Pai gerou o Filho, e o Filho foi gerado pelo Pai. Essa geração não é aquela que ocorreu no ventre de Maria por obra e graça do Espírito Santo. No livro de Salmos (Sl 2.7) encontramos o Pai declarando que o Filho foi gerado por Ele. “Recitarei o decreto: O Senhor me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei”. Esse hoje é um hoje atemporal, é o hoje eterno de Deus. Que esse texto é cristológico não temos dúvidas, pois é aplicado a Cristo no livro de Hebreus em duas ocasiões (Hb 1.5; 5.5). O próprio Jesus, em diversas ocasiões, declarou a Sua filiação divina (Jo 5.17,20,37, etc). Assim fizeram também os apóstolos de Jesus (Gl 4.4; 2 Pe 1.17; 1 Jo 1.3, etc.).
A outra área que queremos enfatizar sobre a paternidade de Deus é aquela definida no Seu programa eterno, de receber como filhos adotivos aquelas pessoas que creem em Seu Filho Jesus Cristo. Eis aí uma das mais extraordinárias revelações encontradas no Novo Testamento. Deus graciosamente resolveu se constituir Pai daqueles que tem fé em Jesus. “Mas a todos quanto o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que creem no seu nome” Jo 1.12. Paulo, apóstolo, também fala sobre o assunto em suas cartas aos Romanos, aos Gálatas e aos Efésios. “E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade” Ef 1.5. “Para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos. E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama; Abba, Pai. Assim que já não és mais servo, mas filho; e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo” Gl 4.5-7. (Veja ainda Rm 8.15-17).
A paternidade de Deus tem profundas implicações na vida de seus filhos adotivos. O Pai Celeste tem direito sobre nós em tudo, inclusive de nos disciplinar, quando infringimos as suas diretrizes. “E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, e não desmaies quando por ele fores repreendido; Porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho” Hb 12.5,6.
Essa paternidade quer dizer que temos em Cristo intimidade com Deus a ponto de poder chamá-lo de “Abba, Pai”. Essa expressão denota uma extraordinária intimidade e pode ter o significado em nossa língua de papai, paizinho.
A paternidade de Deus também nos garante o Seu cuidado (1 Pe 5.7), a Sua proteção (2 Ts 3.3), as Suas provisões (Fp 4.19), e a posse, no devido tempo, de uma herança inaudita nos Céus reservada para nós (1 Pe 1.4).
Assim sendo, curvemo-nos diante de nosso Pai Celeste e vivamos de acordo com a sua vontade, que é boa, perfeita e agradável, pois só assim seremos felizes neste mundo e na eternidade.
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti