"Todo ser que respira louve
ao Senhor. Aleluia!" (Salmos, 150:6)
Eu participei durante boa parte da minha caminhada cristã de grupos de louvor em igrejas. Primeiro fui baixista e depois guitarrista e, por fim, violonista. Naqueles tempos acreditava que ia ser músico, mas Deus me deu outro rumo.
Para mim hoje é interessante olhar para trás e ver algumas coisas que naquela época eu não percebia. Gostaria de comentá-las com você.
Muitos músicos de igreja acreditam que o seu melhor louvor é fruto de sua técnica. Para eles é preciso saber manusear bem o seu instrumento para que o louvor seja o “melhor”.
Se você é músico é preciso que saiba que a condição essencial do seu melhor louvor é Cristo. Deus está em busca de corações que vivam para ele e expressem a sua vida em cada nota e acorde entoado.
Por mais que você tenha habilidade, sem Jesus o seu louvor não agradará a Deus. Sabe por quê? Porque Jesus é o meio pelo qual tudo o que fazemos se torna agradável a Deus (2 Timóteo, 2:5).
Cristo conquistou a salvação nos dando livre acesso a presença do Pai. Em outro tempo, não tínhamos como chegar a ele. Nossos pecados faziam separação entre nós e sua santidade. Mas pela morte e ressurreição de Jesus podemos estar firme diante do seu trono.
Pelo acesso que temos agora, uma vez que estamos em Cristo, podemos confiar que todos os sons que fluem dos nossos corações chegam aos ouvidos do Criador. Essa é uma graça fundamental para quem louva ao Senhor.
O louvor da igreja deve ser para Deus. Isso pode parecer óbvio, mas se você é músico sabe que no grupo sempre haverá alguém preocupado com o desempenho. Daí vem à tona mais uma questão que precisamos refletir: quem estar no lugar mais alto da adoração?
Sei que é importante buscar conhecer a cultura da igreja para adequar os louvores à liturgia e conseguir maior participação da igreja. Entretanto, o grupo que se preocupa com os aplausos e elogios da congregação não pode está dirigindo o seu louvor a Deus.
É preciso aprender com João, o Batista, quando disse: “Convém que ele [Jesus] cresça e que eu diminua” (João, 3:30). Quando Jesus cresce apenas ele é visto em nossos louvores, enquanto nós passamos despercebidos.
Ser um coadjuvante é um grande desafio para muitos músicos de igreja. Os que têm dificuldade nessa situação acreditam que foram chamados para brilhar com suas belas vozes e talentos nos púlpitos (palcos) das igrejas. Colocá-los sob Cristo é uma afronta que pode afasta-los até mesmo do convívio da comunidade.
Com o desejo de aperfeiçoar a técnica muitos grupos colocam em segundo plano a oração. Talvez acreditem que oração seja para o momento do culto e não para o ensaio. Ou, para não se esquecerem de que são cristãos fazem uma oração rápida pelo ensaio.
A adoração é um ato espiritual e por isso requer, antes de tudo, um preparação espiritual (João, 4:24). A oração é um instrumento para o aperfeiçoamento espiritual dos cantores e músicos, uma vez que possibilita a meditação contemplativa de Deus através de Cristo Jesus, este revelado na palavra.
Quando cantamos a Deus reconhecemos os seus atributos e exaltamos cada um deles. A oração aprofunda o prazer gerado pelo conhecimento do ser divino. É por isso que a oração deve ocupar boa parte dos ensaios.
O nosso louvor precisa ser aperfeiçoado em Jesus. Ele é o mediador que leva a Deus todos os sons e palavras dos nossos corações. Para que tenhamos mente e coração repleto dele é preciso que oremos contemplando e adorando o seu ser. Isso será refletido em cada louvor cantado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário