Dando continuidade ao estudo do Credo Apostólico no que se refere à Cristologia, neste boletim iremos tratar da concepção sobrenatural de Jesus Cristo, de sua natureza humana, pois o Credo professa isso: Creio em Jesus Cristo, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo.
Deus ao criar o ser humano lhe deu a capacidade de se reproduzir. A reprodução humana acontece com a fecundação de um óvulo que é peculiar da fêmea por um espermatozoide fornecido pelo macho. Quando um espermatozoide fecunda um óvulo começa, a partir daí, uma nova vida, um novo ser humano que vai se formando, e aos nove meses, nasce homem ou mulher (acontece eventualmente um nascimento prematuro, antes dos nove meses).
Tratando-se de Jesus Cristo o Credo professa o que realmente se encontra nas Sagradas Escrituras, que Ele foi gerado de uma forma sobrenatural pelo Espirito Santo. De uma forma miraculosa e sobrenatural o Espirito Santo fecundou um óvulo de uma virgem chamada Maria, que tudo indica era uma descendente da casa real de Davi, como era na época o seu noivo, José.
Os relatos bíblicos da concepção sobrenatural de Jesus por obra do Espirito Santo encontram-se nos Evangelhos de Mateus e de Lucas. No evangelho de Lucas, Maria depois de ouvir a anunciação de que ela fora escolhida por Deus para ser o instrumento humano através do qual o Messias viria a este mundo, perguntou ao anjo como se daria isso, pois era virgem, e não tivera relação sexual com homem algum. O anjo Gabriel respondeu assim: “... Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus” Lc 1.35. Mateus descreve o fato, assim: “Ora o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem achou-se ter concebido do Espirito Santo. Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente. E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espirito Santo” Mt 1.18-20. Desses dois textos se extrai que na concepção de Jesus Cristo não houve a intervenção do macho, sendo Ele concebido por obra e graça do Espirito Santo, cumprindo-se o que Isaías tinha profetizado. “Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel” Is 7.14. A concepção de Jesus foi sobrenatural, mas a gestação natural.
Considerando que Maria era uma mulher pecadora como o é todo o ser humano (Rm 3.23; 5.12), podemos deduzir que de uma maneira misteriosa e miraculosa Deus santificou o ventre daquela mulher para que o Seu Filho não fosse contaminado pelo pecado de origem, pois os textos de Hb 4.15; 7.26; 1 Pe 2.22 e 1 Jo 3.5 nos revelam que Jesus era imaculado, não tinha pecado. É importante transcrever o texto de Hebreus 7.26, que diz sobre o assunto: “Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus”.
O objetivo principal da vinda de Jesus a este mundo foi oferecer a sua preciosa vida em sacrifício pelos pecados dos homens, para livrá-los da perdição eterna, e só um homem puro, perfeito, imaculado poderia fazer com que esse sacrifício fosse aceito por Deus. Se Jesus fosse concebido pela semente fornecida por José Ele era tão pecadão quanto qualquer um de nós e jamais teria condição de oferecer um sacrifício perfeito pelos pecados do mundo. Esta é a razão principal de Jesus ter sido concebido pelo Espírito Santo e não por um homem.
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti
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