Dando continuidade ao estudo do Credo Apostólico iremos tratar do nascimento de nosso Senhor Jesus Cristo da virgem Maria, pois o Credo Apostólico diz: Creio em Jesus Cristo...; (que) nasceu da virgem Maria.
Quando ocorreu a queda do homem no Édem Deus lhe fez uma promessa que da semente da mulher nasceria aquele que esmagaria a cabeça da serpente (Gn 3.15), fazendo essa promessa alusão a redenção do homem, que seria realizada por um homem nascido de mulher.
Passando-se os séculos essa promessa foi reavivada pelo profeta Isaías, que disse: “Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel” Is 7.14. A história continuou tendo o seu curso natural e, aproximadamente, setecentos anos depois do vaticínio de Isaías ela teve o seu fiel cumprimento no nascimento de Jesus. O anjo Gabriel que anunciou o natal do Senhor fez referência ao que Isaías profetizara. “Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor, pelo profeta, que diz: “Eis que a virgem conceberá e dará a luz um filho, e chamá-lo-ão pelo nome de Emanuel, que traduzido é: Deus conosco” Mt 1.22,23. Mais tarde Paulo refletindo sobre o assunto, escreveu: “Mas vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei” Gl 4.4.
Segundo a Sua soberana vontade, aprouve a Deus escolher uma piedosa jovem chamada Maria que habitava em Nazaré, uma cidade da Galiléia, para ser o instrumento humano que cumpriria a promessa que Ele fizera no Édem. Veja o que a Bíblia diz sobre o assunto: “E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão, cujo nome era José, da casa de Davi: e o nome da virgem era Maria” Lc 1.26,27.
Essa jovem era noiva (desposada) com José, um dos descendentes da casa real de Davi. Ela ao tomar conhecimento de que seria o canal usado por Deus para trazer o Messias ao mundo, reconheceu a sua indignidade para esse tão grande propósito de Deus e, humildemente, se entregou para que Ele desse curso ao Seu programa redentor. “Disse então Maria: Eis aqui a serva do Senhor: cumpra-se em mim segundo a tua palavra...” Lc 1.38. Em seguida ela celebrou ao Senhor com um cântico maravilhoso, conhecido como Magnificat, registrado por Lucas (Lc 1.46-55).
Depois do nascimento virginal de Jesus, Maria teve o seu curso natural de vida como mulher casada com José. No período em que a criança estava em formação no seu ventre José não teve relação sexual com sua mulher, isto diz o texto sagrado: “E José, despertando do sonho, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher. Mas não teve relações com ela enquanto ela não deu a luz um filho. E lhe pôs o nome de Jesus” Mt 1.24,25. Observem o texto que diz que José não teve relação sexual com sua mulher até que a criança nascesse, dando a entender que depois do nascimento de Jesus o casal teve a sua vida sexual normal, e isso não tira a santidade de Maria nem traz para ela nenhum demérito. Os evangelhos dizem que Maria teve de José diversos filhos e chega até a citar os nomes deles (Mt 12.46; 13.55, Mc 6.3, etc), e dentre eles, Tiago foi o mais proeminente chegando a ser o líder da Igreja em Jerusalém (Gl 1.19; 2.9; 1 Co 15.7).
A Igreja Católica Romana firmada, não sei em quê, mas com certeza não nas Escrituras, continua a ensinar a virgindade perpétua de Maria, e pior do que isso, eleva Maria como a Mãe de Deus, uma deusa que está sendo adorada por esse segmento cristão como a rainha dos Céus. Outro erro grave dessa Igreja é considerar Maria medianeira usurpando, sem o consentimento dela, o lugar que pertence a Jesus, o Filho de Deus (1 Tm 2.5).
Pr. Eudes Lopes Cavalcanti
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